17 de set. de 2007

Falta ele meu Deus...falta ele...a saudade é dele...a saudade é dele...


Era um lindo dia ensolarado. As mangueiras estavam floridas e o vento fresco bagunçava meu cabelo. O campo parecia infinito e minhas perninhas, tão finas, incapazes de percorrê-lo.

Estava eu ali parada a analisar o gado que pastava. Eu não tinha mais do que sete anos. Aquele dia de primavera era atípico. O sítio do meu avô era nosso passatempo preferido nos feriados e férias escolares, mas naquele dia eu estava só. Não havia ninguém para brincar além de Beth e Formiguinha, minhas amigas imaginárias. Eu sento embaixo das duas mangueiras que cercavam a casa de meu avô. Fico pensando qual brincadeira escolheria. Acabar com a casa das formigas? Atazanar as galinhas? Parecia monótono para mim. Subitamente minha vista escurece. Um cheiro que misturava poeira e simplicidade toma o ambiente. Sinto medo e segurança. Vejo novamente a luz do Sol. Abro os olhos vagarosamente e avisto uma figura magra que me sorri. Vim brincar com você. Sinto-me completa. As horas passam sem que eu perceba. Brincar com espadas de madeira era fascinante. Risos, companheirismo, suspiros, aprendizado. Hoje, 17 anos depois, choro em silêncio ao relembrar o semblante acolhedor e seguro de meu avô. A saudade aperta, mas a sensação constante de que ele vem me ninar todas as noites me acompanha...e me conforta. Tenho total certeza de que o ser humano que me transformei tem muito do que aprendi com meu avô nesses e nos diversos dias que compartilhamos juntos. Sei que indiferente do plano em que ele estiver o que temos e cultivamos sempre será eterno...Te amo sempre e pra sempre....sua neta.

"Saudades de ti avô, do carinho que um dia me ofereceste e que eu
nunca perdi
Das nossas brincadeiras no jardim da minha infância
Das coisas que me ensinaste e que ainda não esqueci
Dos problemas e medos que me ajudaste a enfrentar
Das histórias que me contaste e que no teu colo ouvi de quando eu era
criança e tu eras a mão que me guiava
Do tempo em que à porta por ti esperava...avô!"

Sheila Sousa

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Aninha!
Que saudade!
Lindinho demais seu texto! Primeiro, percebi que a postagem era sua pela foto, depois pelas palavras "te amo sempre e para sempre"... eu conhecia isto de algum lugar!
Parabéns pelo blog e por todas as suas vitórias. Pode ter certeza de que eu sou uma amiga que, mesmo distante, torce por vc e nunca a esquece!
Amo vc!
Beijinhos...
FÊ.